do blog do jamildo
Após polêmicas
envolvendo cachês de shows públicos, o Ministério Público de Contas de
Pernambuco (MPCO) pediu a abertura de auditoria especial nas contas do São João
de Caruaru, nos anos de 2015 e 2016. A abertura da investigação foi solicitada
pelo procurador Gustavo Massa, nesta quarta-feira (29).
O processo já foi
autorizado e o conselheiro Dirceu Rodolfo foi escolhido como relator. O objeto
da investigação é identificar eventuais superfaturamentos de cachês e suposta
apropriação indevida de recursos pela empresa privada que organiza a festa.
A festa, em 2016,
gerou muita polêmica, devido ao cachê de R$ 575 mil reais para o cantor Wesley
Safadão. O TCE vai investigar a origem dos recursos para pagamento do cachê.
“Não entendemos
como a Prefeitura apresentou, perante o Judiciário, que o cachê seria pago
exclusivamente por patrocinadores privados. Até o dia anterior constava na
contabilidade municipal o prévio empenho com recursos públicos especificamente
para este cachê”, disse Gustavo Massa.
Segundo o
procurador, em vários processos anteriores, o TCE recomendou modificações no
modelo de financiamento do São João de Caruaru, mas a gestão municipal vem
ignorando as orientações do TCE. Aparentemente, para o MPCO, está sendo seguido
o mesmo modelo de anos anteriores, para a gestão financeira da festa, apesar do
TCE já ter apontado irregularidades na estrutura jurídica e financeira adotada.
Segundo o MPCO, a
Fundação de Cultura de Caruaru insistiu em ignorar as recomendações do TCE
sobre o tema. Desde 2012, o órgão tem emitido determinações para que os valores
arrecadados com patrocínios ingressem na conta única do governo municipal e
sejam tratada processadas como verba pública.
“Em anos anteriores,
como os recursos captados possuem natureza jurídica de recursos públicos, estes
deveriam ter ingressado na conta única do município, em homenagem ao princípio
da unidade de tesouraria. Apesar disso, tais recursos eram depositados
diretamente na conta da empresa organizadora, que ainda retinha os 20% a título
de comissão”, apontou o procurador, no pedido de investigação.
Outro ponto a ser
analisado é eventual superfaturamento de cachê para artistas. Caruaru pagou, em
2016, um cachê 85% maior que o do ano anterior para o cantor Wesley Safadão. A
Prefeitura de Campina Grande, em 2016, chegou a divulgar que o mesmo show
custou, mesmo com apoios privados, apenas R$ 295 mil no total, valores
semelhantes aos que Caruaru pagou em 2015.
Não é a primeira
vez que o TCE se depara com irregularidades no São João da cidade. Em janeiro
deste ano, foi julgada uma auditoria anterior, na Fundação de Cultura de
Caruaru, órgão municipal que organiza o São João. Neste processo, relatado pela
conselheira Teresa Duere, se revelou a falta de comprovação de despesas de
quase 1 milhão de reais por parte da ABPA, empresa privada que organizou o São
João até 2015. Em 2016, a empresa foi substituída, mas o modelo de organização,
na avaliação preliminar do MPCO, foi mantido na maior parte.
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